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Não há nada
como dentro ser
o que ampara
quando sou natureza
que repousa.
Não há nada
como dentro saber
que eu tento
e tentar é tudo
é como quase ser feliz.
Não há nada
além de dentro ser
quem eu sou.
E quando dói?
Resta dentro ser
chão de amor.
(Poesia Feminina Ilustrada, por Flávia Soufer)
Atualizado: há 4 dias
Outono é partida.
É calar-se, despir-se.
Outono é silêncio.
É poesia.
É estar no aconchego.
É o fechar das cortinas
para abrir, dentro de si,
suas próprias janelas.
Outono é a saudade
num copo de uísque.
É um pedaço que vai
para que outro venha.
Outono é meio amarelo,
meio marrom, meio laranja.
Cores caem, deslizam...
pelo chão novos horizontes.
Outono é espera,
é ler as entrelinhas pelo ar.
Outono é busca e esperança,
é o mais profundo da alma.
Outono é a canção úmida
dos ventos que levam.
Outono é renascer
quando tudo parece morrer.
(Projeto Autoral de Poesia Feminina Ilustrada, por Flávia Soufer)
Atualizado: há 4 dias
É tempo de publicar meus rascunhos
pelas fendas de um borrão qualquer
mesmo que eu seja feita de sonhos
a vida só escorre verdades
parte de mim anda na contramão
parte de mim é segredo
parte de mim já não sofre mais
é domingo e eu já não choro
quando parto de mim
— feita, desfeita e imperfeita
não há mal nenhum nisso
estou satisfeita.
(Projeto Autoral de Poesia Feminina Ilustrada, por Flávia Soufer)
Esse é um projeto autoral de poesia feminina ilustrada. Meu nome é Flávia Soufer, sou designer e ilustradora, mas também gosto de escrever alguns poemas — frutos de devaneios, vertigens e profundezas de uma poeta com lua em Sagitário.
